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ESPECTRO

 
 
Meus olhos ardem, meus sonhos incendeiam-se,
Minhas verdades calam-se.
Meu mundo... impossível.
 
 
Minha garganta seca, meu sangue fervilha,
Minhas idéias atropelam-se.
Minha vida... impresumível.
 
 
Minha pele arrepia, meu coração soluça,
Minha mente confusa.
Meu amor... indestituível.
 
 
Vozes noturnas sobrevoam minha languidez.
Absorta em pensamentos inúteis,
desprendo-me de minha sensatez.
 
 
Meus olhos gotejam sangue em cada esquina,
Deixando marcas em teu destino.
Das vezes que de teu amor fui mendiga.
 
 
Um grito estanque em meu corpo que treme...
 Não há vitoriosos ou vencidos
Quando a chama deixa de existir.
 
 
Assim, nesse espectro de mim,
Não há encontro, apenas partidas.
Não há mais vida, não adianta resistir.
 
 
Num impulso busco tuas mãos...
Nesse encontro que não acontece,
Meu corpo pela última vez, estremece.
 
 
 
Não estou sozinha, contudo.
Vozes e soluços,
Ao longe ainda escuto.
 
 
 
E um anjo de asas escuras,
abraça-me, conforta-me e me conduz
por um breve caminho, distante da luz.
 
 
 
Calmamente recolhe de meus olhos,
Minhas lágrimas e meus medos,
Retendo-os firmemente entre seus dedos.
 
 
 
Meu corpo parece planar,
Não há mais dor, não há mais tristeza,
Não há mais por quem sorrir ou por quem chorar.
 
 
 
Meu corpo não mais me pertence,
Não há mais nada de bom ou ruim,
Não há algum sentimento dentro de mim.
 
 
 
Somente o anjo de asas escuras,
Levando para longe das auroras turvas,
Quem amou desesperadamente,
E que agora é espectro somente.
 
 
 
 
Imagens retiradas da net, sem autoria declarada.
Flash e gráficos  editados por Cléa Rubiane
Trecho da música do filme Cidade dos Anjos

Copyright ©Cléa  Rubiane
   
Todos os direitos autorais reservados 
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