.
-

-

-
- A
Abichornado:
Aborrecido, triste, desanimado.
Abrir cancha:
Abrir espaço para alguém passar.
A cabresto:
Conduzido pelo cabresto, submetido.
Achego:
Amparo, encosto, proteção.
Açoiteira:
Parte do relho ou rebenque, constituída de tira
ou tiras de couro, trançadas ou justapostas, com a qual se castiga
o animal de montaria ou de tração.
Acolherar:
Unir dois animais por meio de uma pequena guasca
amarrada ao pescoço. Unir, juntar, com relação a pessoas.
Afeitar:
Cortar a barba.
Agregado:
Pessoa pobre que se estabelece em terras alheias,
com autorização do respectivo dono, sem pagar arrendamento, mas
com determinadas obrigações, como cuidar dos rebanhos, ajudar nas
lidas de campo e executar outros trabalhos.
Água-Benta:
Cachaça, destinada a ser bebida escondida.
Água-de-cheiro:
Perfume, extrato.
Ajojo:
Tira de couro fina que une dos bois pelas guampas.
A laço e espora:
Com muita dificuldade, com muito esforço,
vencendo grandes obstáculos.
A la cria: Ao Deus-dará, à aventura.
Foi-se a la cria,
significa foi-se embora, foi-se ao Deus-dará, caiu no mundo.
Alambrado:
Aramado. Cerca feita de arame para manter o gado
nas invernadas ou potreiros.
A la pucha:
Exprime admiração, espanto.
- Alçar a perna:Montar
a cavalo.
À meia guampa:
Meio embriagado, levemente ébrio.
Anca:
Quarto traseiro dos quadrúpedes. Garupa do cavalo. O
traseiro do vacum.
- Andarengo:Caminhador, andador, andejo; pessoa
que viaja constantemente a cavalo.
Aporreado:
Cavalo mal domado, indomável, que não se deixa
amansar. Aplica-se, também ao homem rebelde.
- Aprochegar:
Aproximar-se, chegar perto.
-
- Arapuca:
Armadilha para pegar passarinhos. Trapaça.
Arrastar a asa: Paquerar.
Arreios: Conjunto de peças com que se arreia um cavalo para
montar. Azucrinado: incomodado.
|
B
Badana:
Pele macia e lavrada que se coloca, na encilha do cavalo de
montaria, por cima dos pelegos, se houver.
Bagual:
Cavalo manso que se tornou selvagem. Reprodutor,
animal não castrado.Aplica-se também a pessoas, tanto no
sentido pejorativo como elevado.
- Bah: Abreviação de
barbaridade. Expressão usada para demonstrar surpresa,
indignação.
- Balaio:
Cesto;
Dança antiga introduzida no RS pelos Açorianos.
- Baixeiro:
Espécie de lã, integrante dos arreios, que põe no
lombo do cavalo, por baixo da carona.
Bater as botas:
Morrer.
- Bem querer: a pessoa
amada.
Bicheira:
Ferida nos animais, contendo vermes depositados
pelas moscas varejeiras. Para sua cura, além de medicação, são
largamente utilizadas as simpatias e benzeduras.
Bidê:
Mesinha de cabeceira (aportuguesado do francês bidet).
Biriva: Nome dado aos habitantes de Cima da Serra,
descendentes de bandeirantes, ou aos tropeiros paulistas, os quais
geralmente andavam em mulas e tinham um sotaque especial diferente
do da fronteira ou da região baixa do Estado. Beriva, beriba,
biriba.
- Bochincho:
Baile
popular; Desordem, briga, bagunça.
- Bóia: Comida
- Bolear-se:Jogar-se ao solo o cavalo com o cavaleiro, com os arreios, ou
mesmo desencilhado.
Bolicho:
Casa de negócios de pequeno sortimento e de pouca
importância. Bodega.
- Bolicheiro:
Dono de bolicho.
Braça-de-Sesmaria:
Media antiga, de superfície, usada no Rio
Grande do Sul. A braça-de-sesmaria mede 2,20 m por 6.600 m ou seja
14.520 metros quadrados.
Brocha: É feito de couro cru torcido e é usado
para prender os bois aos canzis.
Bruaca:
Mulher feia. Utensílio que é colocado um de cada
lado no lombo do cavalo ou na mula para transportar
alimentos; prática, muito utilizada na época que não havia
estradas e nem veículos para fazer o transporte.
|
C
Cabresto: Peça de couro que é apresilhada ao buçal para
segurar o cavalo ou o muar. Permitir o indivíduo que outro o
conduza, sem nenhuma resistência.
-
- Cachaço:
Porco não
castrado.
-
- Caborteiro:
Cavalo
ou outro animal, manhoso, arisco, infiel, que não se deixa
pegar. Indivíduo velhaco, esperto, manhoso, mau, mentiroso,
trapaceiro, tratante, que vive de expedientes.
Cacho:
A cola, o rabo do cavalo.
Cagaço: Grande susto, medo.
Caju:
Confronto entre os times do Caxias e do Juventude
(Caxias do Sul).
Cambicho:
Apego, paixão, inclinação irresistível por uma
mulher.
-
- Campanha:
Zona de
campo, apropriada à criação de gado. Local distanciado da
cidade; interior. Parte baixa do Estado.
-
- Campo de Lei:
Campo
de ótima qualidade.
-
- Campo Santo:
Cemitério.
-
- Cancela:
Porta
gradeada, em geral de madeira e de pequena altura, porteira.
-
- Cancha: Lugar plano,
com várias léguas de comprimento por algumas braças de
largura, com duas trilhas, preparado especialmente para
corridas de cavalos; lugar apropriado para jogar a péla;
lugar apropriado ao jogo da tava ou jogo do osso.
-
- Candeeiro:
Pequena
lâmpada de folha, para alumiar, afunilada, abastecida com
querosene ou óleo vegetal, antigamente muito usada na
campanha. Lamparina. O mesmo que candieiro ou candiero.
-
- Canga: É feito de madeira que é colocado no pescoço de dois
bois carreiros para puxar carreta ou arado.
Canzil:
É feito de madeira, que é colocado na canga para
prender no pescoço dos bois carreiros.
Capão:
Diz-se ao animal mal capado. Indivíduo fraco,
covarde, vil. Pequeno mato isolado no meio do campo.
Capataz:
Administrador de uma estância ou de uma
charqueada. Pessoa que nas lides pastoris é incumbida de chefiar o
pessoal.
Carreira:
Corrida de cavalos, em cancha reta. Quando
participam da carreira mais de dois parelheiros, esta toma o nome
de penca ou califórnia.
-
- Castelhano:
O
natural do Uruguai ou da Argentina. Relativo ao Uruguai ou à
Argentina.
Caudilho:
Chefe militar. Manda-chuva.
Cavalo de Lei:
Animal muito veloz, capaz de percorrer duas
quadras (264m) em 16 segundos ou menos.
Chalana:
Embarcação ou Lancha grande e chata.
Chambão:
Otário.
Charla:
Conversa.
Chasque:
Recado, mensagem.
- Chilena:
Espora
com roseta muito grande.
-
- Chimango:
Alcunha
dada no Rio Grande do Sul aos partidários do governo na
Revolução de 1929.
-
- Chimarrita:
Denominação de uma antiga dança popular e de uma poesia
cantada com acompanhamento de viola ou violão. É denominada
também chamarrita. Prace provir dos Açores, onde
existe, segundo o Sr. Josino dos Santos Lima, a sua
ascendente com o nome de Chama a Rita.
-
- Chimarrão:
Bebida
quente e amarga, típica do gaúcho. Infusão de erva mate (Ilex
Paraguayensis) preparada em cuia de porongo e sorvida
através da bomba (tubo metálico com um ralo na extremidade
inferior).
-
- China:
Descendente ou mulher de índio, ou pessoa do sexo feminino
que apresenta alguns dos característicos étnicos das
mulheres indígenas. Cabocla, mulher morena. Mulher de vida
fácil.
-
- Chinoca:
Diminutivo de china (mulher descendente de índios, morena,
cabocla).
-
- Chote:
Ritmo e dança de origem européia muito comum nos fandangos
gaúchos.
-
- Churrasco: Carne
assada no calor da brasa.
-
- Cincha:
Peça dos
arreios que serve para firmar o lombilho ou o serigote sobre
o lombo do animal.
-
- Clavada:O fato de,
quando se atira o osso, no jogo desse nome, cair ele de
ponta e, depois, lentamente, deitar-se dando a "sorte". Ato
de clavar. Logro, velhacada.
-
-
- Colorado:
Torcedor
do Sport Club Internacional.
-
- Colhudo:
Cavalo
inteiro, não castrado. Pastor. No sentido figurado, diz-se
do sujeito valente, que enfrenta o perigo, que agüenta o
repuxo.
-
- Cordeona:
Gaita
de foles, sanfona, acordeona, acordeom.
-
- Coronilha:Árvore (Scutia
Buxifolia, Reiss) cuja madeira é muito resistente. Em
sentido figurado, indivíduo forte, guapo, disposto,
resistente, valente.
-
- Corredor:
Estrada
que atravessa campos de criação, deles separada por cercas
em ambos os lados.
-
- Coxilhão:
Coxilha
muito extensa.
-
- Coxilhas:
Grandes
extensões onduladas de campinas cobertas de pastagem, que
constituem a maior parte do território rio-grandense e onde
se desenvolve a atividade pastoril dos gaúchos.
-
- Credo:
Exclamação de espanto.
-
- Cruzada, s.
Encruzilhada, cruzamento, encruzada, ato de cruzar.
Passagem, travessia.
-
- Cuiudo: O mesmo que colhudo.
Cupincha: Companheiro, amigo.
Cusco:
Cão pequeno, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca, guaipé.
|
D
Daí Tchê: Oi.
Daga:
Adaga, facão.
-
- De relancina:
Repentinamente, de relance, fugazmente, ligeiramente,
velozmente, num repente.
-
- De valde:
Sem uma
razão específica. Sem ter o que fazer.
-
- De vereda:
Imediatamente, de momento, de uma vez.
Dobrar o cotovelo:
Beber, levar o copo à boca.
Doma:
Ato de domar. Ato de amansar um animal xucro.
Domador:
Amansador de potros. Peão que monta animais
xucros.
Duro de boca:
Diz-se do animal que não obedece à ação das
rédeas.
-
Duro de pelear:
Difícil de fazer, trabalhoso.
|
E
Embretado: Encerrado no brete, metido em apertos, apuros ou
dificuldades. Enrascado, emaranhado.
- Encilhar:
Colocar os arreios no animal. Apertar com a cilha
Entrevero:
Mistura, desordem, confusão de pessoas, animais ou
objetos.
Erva-Caúna:
Variedade de erva mate de má qualidade, amarga.
Erva-Lavada: Erva já sem fortidão por ter servido para muitos
mates.
Estar com o diabo no corpo: Estar furioso. Insuportável.
Estar com o pé no Estribo:
Prestes a sair.
Estrela-Boieira:
Estrela d´Alva.
Estribo:
Peça presa ao loro, de cada lado da sela, e na
qual o cavaleiro firma o pé.
- Estropiado:
Diz-se
o animal sentido dos cascos, com dificuldade de andar, em
conseqüência de marchas por estradas pedregosas.
|
F
Facada: Pedido de dinheiro feito por indivíduo vadio, incapaz
de trabalhar, que não pretende restituí-lo.
Facho:
O ar livre. Usado na expressão sair do facho.
- Fandango:Denominação
genérica de antigos bailes campestres, constituídos de danças
sapateadas, executadas alternadamente com canções populares,
com acompanhamento de viola. Entre essas danças estão as
seguintes: anu, balaio, chimarrita, serrana, tatu, tirana.
Trata-se de danças portuguesas, alegres e ruidosas, trazidas
pelos açorianos, as quais se arraigaram aqui no Rio Grande,
tomando feições características do nosso meio. Hoje essas
danças estão quase abandonadas nos bailes populares, sendo
praticadas, porém, nos centros de culto às tradições
gauchescas, que existem em grande número em todo o território
do Estado. Atualmente o termo fandango serve para
designar qualquer baile ou divertimento.
-
- Fatiota:
Terno; Conjunto de roupas do homem: calça, colete e
paletó.
-
- Farrapo: Alcunha
depreciativa que os imperiais davam aos revolucionários de 1835.
O apelido aviltante, alusivo à miséria em que se encontravam
os farrapos, transformou-se, porém, em vista do civismo
e da bravura que sempre demonstraram, em legenda de glória e
heroísmo de que se orgulham seus descendentes.
Relativo aos farrapos.
Fiambre: Alimento para viagem, geralmente carne fria, assada
ou cozida.
-
Fazer a viagem do corvo: Sair e demorar muito a regressar.
-
Flete: Cavalo bom e de bela aparência, encilhado com luxo e
elegância.
-
- Flexilha:Ou
flechilha. Grama ou capim muito comum em várias zonas do
Estado do Rio Grande do Sul (Stipa neesiana). É de
superior qualidade para a criação de gado.
-
- Funda:
Estilingue, bodoque.
|
-
G
Gadaria: Porção de gado, grande quantidade de gado, o gado
existente em uma estância ou em uma invernada.
-
Gado chimarrão: Gado alçado, xucro, sem costeio.
Galpão: Construção existente nas estâncias, destinadas ao
abrigo de homens e de animais. O galpão característico do Rio
Grande do Sul é uma construção rústica, de regular tamanho, em
geral de madeira bruta e parte de terra batida, onde o fogo de
chão está sempre aceso. Serve de abrigo e aconchego à peonada da
estância e a qualquer tropeiro ou gaudério que dele necessite.
-
Gato: Bebedeira, porre, embriaguez.
-
- Gaúcho: Habitante do
Rio Grande do Sul. O homem do interior do estado, dedicado às
lides campeiras.
-
- Guaíba:
Lagoa que banha Porto Alegre. Há uma grande discussão a
respeito de sua verdadeira classificação: rio, lagoa,
estuário, delta, etc.
-
- Gaudério: Denominação
dada ao antigo gaúcho, em sentido depreciativo. Índio-vago, andarengo. Pessoa que viaja muito. Gaúcho. Pessoa que não tem ocupação séria e vive à custa dos
outros, andando de casa em casa. Amigo de viver à custa
alheia.
-
- Guaiaca: Cinto largo
de couro macio, às vezes de couro de lontra ou de camurça,
ordinariamente enfeitado com bordados ou com moedas de prata ou
de ouro, que serve para o porte de armas e para guardar dinheiro
e pequenos objetos.
-
- Guaipeca: Cão pequeno, cusco, cachorrinho de pernas
tortas, cãozinho ordinário, vira-lata, sem raça definida.
Pequeno, de minguada estatura. Aplica-se também às pessoas,
com sentido depreciativo.
-
Guapo: Forte, vigoroso, valente, bravo.
-
Guasca: Tira, corda de couro cru, isto é, não curtido;
Homem rústico, forte, guapo, valente.
-
Guasqueaço: Pancada, golpe dado com guasca. Relhaço,
relhada, chicotada, chibatada, correada, açoite.
-
- Graxaim: Guaraxaim, sorro, zorro. Pequeno animal semelhante ao
cão, que gosta de roer cordas, principalmente de couro cru e
engraxadas ou ensebadas, e de comer aves domésticas. Sai
geralmente à noite. É muito comum em toda a campanha.
-
- Gringo: Denominação
dada ao estrangeiro em geral, com exceção do português e do
hispano-americano.
-
- Guri: Criança, menino, piazinho.
-
Grenal: Confronto entre os times do Grêmio e Internacional
(POA).

H
Há cachorro na cancha: Significa que há alguma coisa
atrapalhando a execução de determinado plano.
Haraganear: Andar solto o animal por muito tempo, sem
prestar serviço algum.
Haragano: Cavalo arisco, que dificilmente se deixa
agarrar. Pessoa que vive vadiando, sem ocupação.
|
-
I
- Índio: Homem do
campo. Peão de estância. Indivíduo valente, bravo, disposto,
destemido, valoroso.
-
- Invernada:Inverno
rigoroso. Grande extensão de campo cercado usado para criar,
engordar, cruzar, etc. Grupo de danças folclóricas dos CTGs.
-
-
Iguaria: Culinária.
|
J
João-Barreiro: Ave da família muito comum no Rio
Grande do Sul, também chamada de joão-de-barro, barreiro,
forneiro, horneiro.
- Jogo do osso:
Jogo muito usado na fronteira, principalmente pela baixa
camada social. Consiste no arremesso de um osso de garrão
de vacum, chamado tava ou taba, sobre uma
cancha plana, de chão nem muito duro nem muito mole. Se o
osso com o lado arredondado para baixo é culo e
perde quem o arremessou. Se fica para baixo o lado chato
do osso é suerte e ganha quem efetuou o lançamento.
Se ficar equilibrado sobre uma das extremidades, ocorre
uma clavada. Ao lado da raia fica o depositário da
parada, chamado coimeiro.
- Juiz:
Pessoa que julga a chegada dos parelheiros, nas
carreiras, em cada laço. O mesmo que julgador.
Jururu:
Cabisbaixo, tristonho, abatido.
|
-
L
Lábia: Habilidade de conversa.
-
- Lá de fora: Lá do
campo.
-
- Laço: Corda
trançada de tiras de couro cru, de comprimento que varia
entre oito e dezoito braças, ou seja, de dezessete a
quarenta metros; é constituído de argola, ilhapa, corpo do
laço e presilha.
-
- Lambe esporas:
Indivíduo bajulador; leva e traz.
-
- Lombilho: Peça
principal dos arreios. Espécie de sela.
Lasqueado: Errou, se deu mal.
Légua: Medida itinerária equivalente a 3.000 braças ou
6.600 metros. O mesmo que légua de sesmaria.
|
-
M
Macanudo: Designa alguém bonito ou algo legal.
-
- Malacara:
Animal de testa branca com uma listra da mesma cor descendo
até o focinho.
Maleva: Bandido, malfeitor, desalmado. Cavalo infiel,
que por qualquer coisa corcoveia.
-
Maludo: Cavalo inteiro, garanhão. Diz-se do animal com
grandes testículos.
-
- Mangueira: Grande curral construído
de pedra ou de madeira, junto à casa da estância, destinado a
encerrar o gado para marcação, castração, cura de bicheiras,
aparte e outros trabalhos.
-
Manotaço: Pancada que o cavalo dá com uma das patas
dianteiras, ou com ambas. Bofetada, pancada com a mão dada por
pessoa.
Marica: homossexual, abichornado.
-
- Milonga:
Espécie de música crioula platina cantada com
acompanhamento de guitarra (violão).
-
- Minuano: Vento
frio e seco que sopra do sudoeste no inverno. Vem dos
Andes, passando pela região onde habitavam os índios
minuanos dos quais tomou o nome. Indígena dos minuanos,
tribo que antigamente habitava o sudoeste do Rio Grande
do Sul; relativo aos minuanos.
-
- Missioneiro:
Indígena das antigas missões jesuíticas. Habitante da
região Missioneira do Estado. Relativo às missões.
|
-
N
Negrinho: Designação carinhoso que se dá a crianças ou a
pessoas que se tem afeição.
-
- Negrinho do Pastoreio: Lenda gaúcha que conta a história dos maus tratos sofridos
por um menino escravo que acabou se transformando numa
espécie de anjo bom dos pampas. Diz a lenda que acendendo
uma vela ao Negrinho, ele nos ajuda a encontrar o que
procuramos.
-
Num upa: Num abrir e fechar de olhos, de golpe,
rapidamente.
|

O
Oigalê: Exprime admiração, espanto, alegria.
Orelhano: Animal sem marca, nem sinal.
|
P
Paisano: Do mesmo país. Amigo, camarada.
- Pago:
Lugar
em que se nasceu, o lar, o rincão, a querência; o
povoado, o município em que se nasceu ou onde se reside.
Geralmente usa-se no plural.
-
- Pala:
Poncho
leve, feito em geral de brim, vicunha ou seda, de feitio
quadrilátero, com as extremidades franjadas. Usa-se
enfiado em torno do pescoço, como cachecol.
(Provavelmente vem do castelhano palio, capa, que
por sua vez vem do latim pallium).
- Palanque: Esteio grosso e forte cravado no chão, com
mais de dois metros de altura e trinta centímetros
aproximadamente de diâmetro, localizado na mangueira ou
curral, no qual se atam os animais, para doma, para cura
de bicheiras ou outros serviços.
- Pampa:
Denominação dada às vastas planícies do Rio Grande do
Sul e dos países do Prata, cobertas de excelentes
pastagens, que servem para criação de gado,
principalmente bovino, cavalar e lanígero. Apesar de
haver sido usado algumas vezes no feminino, o termo, é
considerado do gênero masculino pela maioria dos
estudiosos da matéria. Nome dado aos antigos
índios que habitavam o pampa. (É palavra da língua
quíchua: pampa, campo aberto, planura, savana).
-
- Pangaré:
Cavalo
cujo pêlo é de um tom vermelho amarelado. 2. Matungo,
cavalo ruim.
- Papudo:
Indivíduo que tem
papo. Balaqueiro, jactancioso, blasonador. O termo é empregado
para insultar, provocar, depreciar, menosprezar outra pessoa,
embora esta não tenha papo.
- Parada:
Importância em dinheiro pela qual se contrata uma
corrida de cavalos ou uma rinha de galos. Valor da
aposta. Uma jogada. Um encontro entre adversários.
Fanfarrice, presunção, pedantismo, jactância, vanglória,
gabolice, bravata, conversa fiada.
- Parar rodeio:
Reunir o gado no rodeio para marcar, castrar, examinar,
etc.
- Parelheiro:
Cavalo preparado para a disputa de carreiras. Cavalo de
corrida. (Deve provir de parelha, já que a
maioria das corridas realizadas, anteriormente, no Rio
Grande do Sul, eram apenas de dois cavalos).
- Passar um pito:
Repreender, descompor.
- Pastoreio:
Lugar em que se pastoreia o gado. O gado submetido a
pastoreio. Pastorejo.
-
Patrão: Designação dada ao presidente de Centro de
Tradições Gaúchas (CTG).
- Patrão-Velho:
Deus.
-
Pelea: Peleja, pugilato, contenda, briga, rusga, disputa,
combate.
-
Pelear: Brigar, lutar, combater, pelejar, teimar,
disputar.
- Prenda:
Jóia,
relíquia, presente de valor. Em sentido figurado, moça
gaúcha.
-
Petiço: Cavalo pequeno, curto, baixo.
-
Piá: Menino, guri, caboclinho.
Pingo:
Cavalo bom,
corredor, bonito, fogoso, vistoso.
Piquete:
Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe
ao pasto os animais utilizados diariamente.
Poncho:
Espécie de capa de pano de lã, de forma
retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro,
por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul,
com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicional do
gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A
cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.
- Pô Tchê:
Fala aí, cara!
Potrilho:
Animal cavalar durante o período de
amamentação, isto é, desde que nasce até dois anos de idade. Potranco, potreco, potranquinho.
|
Q
Que Tal?: Tudo bem?
Queixo-Duro:
Cavalo que não obedece facilmente a ação
das rédeas.
- Querência:
Lugar
onde alguém nasceu, se criou ou se acostumou a viver, e ao
qual procura voltar quando dele afastado. Lugar onde
habitualmente o gado pasta ou onde foi criado.Pátria,
pagos, torrão, rincão, lar (É vocábulo castelhano;
entretanto, há, em português, querença, com a mesma
significação).
Quero-Mana:
Denominação de antigo bailado campestre,
espécie de fandango. Canto popular executado ao som de
viola.
|
R
Rancho: Casebre de pau a pique, coberto de santa fé,
com um couro como porta, onde moram peões ou gente
pobre. Qualquer morada humilde. Palhoça, choupana.
-
Rebenque: Chicote curto, com o cabo retocado, com uma
palma de couro na extremidade. Pequeno relho.
-
Regalo: Presente, brinde.
-
Relho: Chicote com cabo de madeira e açoiteira de
tranças semelhantes a de laço, com um pedaço de guasca na
ponta.
-
Reponte: Ato de tocar por diante o gado de um lugar para o
outro.
-
Repontar: Tocar o gado por diante de um lugar para outro
-
-
Restinga: Mata
de árvores de pequeno porte à margem de rios, arroios ou
sangas.
- Retouçar:
Faceirar, namorar, brincar. Retoçar.
-
- Rincão: Ponta
de campo cercada de rios, matos ou quaisquer acidentes
naturais, onde se pode pôr os animais a pastarem em
segurança. Lugar mais ou menos resguardado na campanha.
Qualquer trecho de campo onde haja arroio, capões ou
simples mancha de mato. É sinônimo de pagos e de
querência.
-
- Rodeio: Lugar
no campo de uma estância onde habitualmente se reúne o
gado para contar, apartar, examinar, marcar, assinalar,
castrar, vacinar, dar sal, curar bicheiras, etc. É
também o conjunto de reses reunidas no rodeio.
Figuradamente, conjunto, grupo.
-
-
-
|
-
S
- Salamanca:
Salamandra. Furna encantada. A Salamanca do Jarau é
uma bonita lenda do tempo das missões jesuíticas, descrita
por J. Simões Lopes Neto em seu livro Contos Gauchesco e
Lendas do Sul.
-
- Sanga: Pequeno
curso d’água, menor que um regato ou arroio. Ribeiro pequeno
que seca facilmente. Escavação profunda feita por chuvas ou
correntes subterrâneas de água. Lugar fundo e pantanoso,
desbarrancado pelas chuvas, com grandes poças d’água.
-
- Saracura: Ave
gruiforme, da família dos ralídeos.
-
- Sesmeiro:Dono de
sesmaria. (É palavra portuguesa em desuso nos outros
Estados).
-
- Sinuelo: Animal
ou ponta de animais mansos ou habituados a serem conduzidos,
utilizados para juntar aos xucros, com a finalidade de
acalmá-los e levá-los, em sua companhia, para onde se
deseje.
-
- Sirigaita: Mulher
assanhada, tagarela, escandalosa.
-
- Sobreano: Diz-se
da rês com mais de um ano de idade e menos de dois.
-
- Solito: Isolado,
sozinho, sem companhia.
-
- Sorongo:
Arrasta-pé, baile de baixa classe, caroço. O mesmo que
surungo ou sorungo.
-
- Sanga: Pequeno curso d'água menor que um regato ou arroio.
-
Selin: Sela própria para uso da mulher.
-
Sesmaria: Antiga medida agrária correspondente a três
léguas quadradas, ou seja a 13.068 hectares. São 3000 por 9000
braças, ou 6.600 por 19.800 metros, ou ainda, 130.680.000
metros quadrados.
-
Soga: Corda feita de couro, ou de fibra vegetal, ou ainda
de crina de animal, utilizada para prender o cavalo à estaca
ou ao pau-de-arrasto, quando é posto a pastar. Corda de couro
torcido ou trançado, que liga entre si as pedras das
boleadeiras. O termo é usado também em sentido figurado.
-
Surungo: Arrasta pé, baile de baixa classe, caroço.
|
-
T
Taco: Diz-se ao indivíduo capaz, hábil, corajoso,
guapo.
-
Taipa: Represa de leivas, nas lavouras de arroz. Cerca de
pedra, na região serrana.
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- Taita: Indivíduo valentão,
destemido, guapo.
Tala: Nervura do centro da folha do jerivá. Chibata
improvisada com a tala do jerivá ou com qualquer vara
flexível.
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Talagaço: Pancada com tala. Chicotaço.
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Talho: Ferimento.
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Tapera: Casa de campo, rancho, qualquer habitação
abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé
e algum arvoredo velho. Diz-se da morada deserta, inabitada,
triste.
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Tchê: Equivale a tu aí, ou tu simplesmente.
Usa-se também como vocativo: "Como vai, tchê?"; para
chamar a atenção: "Tchê!, que mulher bonita!". Pode
indicar espanto ou zombaria. O mesmo que chê, ché e tiê.
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- Tirador: Espécie
de avental de couro macio, ou pelego, que os laçadores usam
pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger e o
corpo do atrito do laço. Mesmo quando não está fazendo
serviços em que utilize o laço, o homem da fronteira usa,
freqüentemente, como parte da vestimenta, o seu tirador, que
por vezes é de luxo, enfeitado com franjas, bolsos e coldre
para revólver.
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- Tordilho: Cavalo
cujo pelo lembra a plumagem do tordo (fundo branco encardido
salpicado de pequenas manchas escuras).
Tosa: Tosquia, toso, esquila.
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Tradição Gaúcha: Vocábulos usados no plural, significando
o rico acervo cultural e moral do Rio Grande do Sul no campo
literário, folclórico, musical, usanças, adagiário,
artesanato, esportes e atividades culturais.
Tranco: Passo largo, firme e seguro, do cavalo ou do
homem.
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Tramposo: Intrometido, trapaceiro, velhaco.
Trem: Sujeito inútil.
Três-Marias: Boleadeiras.
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- Tropeada: Ato
de tropear. Caminhada com a tropa.
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- Tropeiro:
Condutor de tropas, de gado, de éguas, de mulas, ou de
cargueiros. Pessoa que se ocupa em comprar e vender
tropas de gado, de éguas ou de mulas. Peão que ajuda a
conduzir a tropa, que tem por profissão ajudar a
conduzir tropas.
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- Trotear: Andar
a trote.
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- Trova:
Desafio em versos improvisados onde cada trovador tem que
criar uma resposta a partir do último verso da estrofe
do outro.
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- Trovar: conversar, prosear.
Truco: Jogo de
baralho, entre dois ou quatro parceiros, cada um dos
quais recebe três cartas. O mesmo que truque.
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- Tronqueira: Cada
um dos grossos esteios colocados nas porteiras, os quais são
providos de buracos em que são passadas as varas que as
fecham.
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U
Uma-de-pé: Uma briga, conflito, luta.
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- Umbú: Árvore da
família das Fitolacáceas, de grande tamanho, cujas raízes
saem à flor da terra, muito copada, de folhagem espessa, que
produz excelente sombra. É, como o pinheiro e a figueira,
uma das árvores simbólicas do Rio Grande do Sul .
Usted: Você. Usado só na fronteira.
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V
Vacaria: Grande número de vacas. Grande extensão de
campo que os jesuítas reservavam para criação de gado bovino.
Varar: Atravessar, cruzar.
Vareio: Susto, sova, surra, repreensão.
Vaza: Vez, oportunidade.
Vil: Covarde, desanimado, fraco.
Vivente: Pessoa, criatura, indivíduo.
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X
Xepa: Comida.
Xerenga: Faca velha, ordinária.
Xiru: O mesmo que chiru.
Xucro: Diz-se ao animal ainda não domado, bravio,
arrisco.
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Z
Zaino: Diz-se do animal cavalar ou muar de pêlo
castanho escuro. Há as seguintes variedades: zaino-negro,
zaino-pangaré, zaino-pinhão, zaino-requeimado. (É
vocábulo castelhano).
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Zarro: Incômodo, difícil de fazer, chato.
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Zunir: Ir-se apressadamente.
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Fonte: Minidicionário Guasca - Zeno Cardoso Nunes - Rui
Cardoso Nunes
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